
No campus de
uma Universidade pública onde exerço minhas atividades acadêmicas, foi montado
em um final de semana uma estrutura espetacular de boas vindas aos egressos afim
de reunir calouros, suas famílias, estudantes
e comunidade em geral. Pois bem, o
resultado disso tudo foi que das 5000 pessoas esperadas, 500 apareceram no
domingo de sol para as festividades. A justificativa para a baixa adesão ao
evento de boas vindas aos calouros do presente ano? Não era permitida a entrada
portando bebidas alcoólicas, assim como foi proibida a comercialização de álcool
dentro dos limites do campus. Cheguei a esta constatação através de observação
de eventos anteriores, onde houve vasto consumo de cerveja e público elevado, e
através de opinião de colegas universitários. Todos foram unânimes: “Quando tem
cerveja, lota”!!!
Não tenho a
pretensão de formar aqui raciocínio que vá contra qualquer tipo de substância.
O fato é que o cartel formado pela indústria do álcool em conjunto com a grande
mídia com seus lucros estratosféricos (Ambev - receita no 1ºtrimestre de 2012 atingiu
R$ 4,9bi) tem como
alvo/vítima, em proporções cada vez
maiores, os jovens brasileiros.
A ciência explica que a dependência ao álcool tem componentes que são estimulados pelo consumo da substância, e que, com o passar dos anos e da contínua “biritada”, cerram o sujeito dentro do alcoolismo. Estima-se que fatores genéticos contribuam em aproximadamente 40% para o desenvolvimento da doença. A psicanálise, argumenta que a bebida é tida como uma espécie religião pelo indivíduo etilista, relatando que a relação que o indivíduo doente tem com a bebida gera um certo tipo de endeusamento da droga.
Apesar de todos estes argumentos estarem disponíveis para a sociedade, vivemos num tempo em que parece haver um ponto de cegueira na inteligência humana no que concerne uma visão mais ampla da sociedade e do poder público sobre o problema que o álcool está se tornando, e volto a frisar, principalmente na população mais jovem deste país. Segundo dados de pesquisa da UNIFESP, 40% do álcool vendido no Brasil é consumido por um público de 18-29 anos, 6% do álcool comercializado é ingerido por menores de 18 anos.
A ciência explica que a dependência ao álcool tem componentes que são estimulados pelo consumo da substância, e que, com o passar dos anos e da contínua “biritada”, cerram o sujeito dentro do alcoolismo. Estima-se que fatores genéticos contribuam em aproximadamente 40% para o desenvolvimento da doença. A psicanálise, argumenta que a bebida é tida como uma espécie religião pelo indivíduo etilista, relatando que a relação que o indivíduo doente tem com a bebida gera um certo tipo de endeusamento da droga.
Apesar de todos estes argumentos estarem disponíveis para a sociedade, vivemos num tempo em que parece haver um ponto de cegueira na inteligência humana no que concerne uma visão mais ampla da sociedade e do poder público sobre o problema que o álcool está se tornando, e volto a frisar, principalmente na população mais jovem deste país. Segundo dados de pesquisa da UNIFESP, 40% do álcool vendido no Brasil é consumido por um público de 18-29 anos, 6% do álcool comercializado é ingerido por menores de 18 anos.
Em Curitiba,
apesar de toda uma campanha que se faz sobre os problemas cada vez mais
frequentes envolvendo o consumo de álcool e a direção, postos de gasolina são
freneticamente movimentados nas madrugadas, resultante da venda de álcool
ofertada por estes estabelecimentos. Além
disso, na vida noturna da cidade parece que bebida e direção andam juntos, num
ar de permissividade que beira festival dos anos 60.
O jovem na
sua posição de alvo neste cenário, sem ter muito por onde argumentar, ludibriado
pela fabulosa idéia de um jeito
“redondo” de ser, segue se
entorpecendo. As festas, já não são mais as mesmas. As grandes companhias
fomentadoras do consumo de álcool no País, vão a forra! O poder público? Pouco faz.
A sociedade
como um todo precisa iniciar um processo de pensar sobre o problema, para que
se possa dentro em breve, a partir de visões mais elevadas e menos econômicas
do assunto, estipular legislações mais
severas quanto à venda e consumo de álcool no país, dando um basta a este
bombardeio de estímulo de consumo desenfreado no qual a juventude é diariamente submetida.
Curitiba, 25 de janeiro de 2013.
Comidas, bebidas e até fumacinhas são artefatos mediadores da interação humana desde sempre. O ponto é que a relação com excitação alcoólica, mais das vezes, se torna mais atraente que a própria relação com próximo, e ainda, insuportável de mantê-la sem a presença de outro(s). Paradoxo, pois beber sozinho é “fim de carreira” por algum ponto de vista, enquanto que a latinha na mão, tal como já foi o cigarro entre os dedos, é confortável muleta para momentos de socialização. Ademais, a tal excitação alcoólica menoriza eventuais as mediocridades de assunto.
ResponderExcluirNão é necessário dizer parte desta da questão esta no outro texto.
Vamos reunir pessoal pra continuar essa prosa num bar?
Muito bom o texto, Diogo. Vale lembrar ainda um outro aspecto do consumo "social" do álcool: o fato de ele justificar possíveis "escorregadas" de conduta.
ResponderExcluirAbraço